sexta-feira, 27 de junho de 2008

Em Busca do Crescimento Espiritual



Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram;
eis que tudo se fez novo.
(1 Coríntios 5.17)

O ponto de partida para o crescimento espiritual é a transformação de vida pelo poder do evangelho. Para isso, é preciso ter arrependimento, fé e conversão. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor (Atos 3.19). Pela graça sois salvos, por meio da fé (Efésios 2.8).

A fé é a condição para que você possa chegar a Deus. Quando alguém entrega sua vida a Cristo por arrepender-se dos pecados e crer que Jesus é o Salvador, então se converte aos princípios do evangelho, gerando uma mudança radical, que a Bíblia chama de novo nascimento (João 3.4-6).

Como é que a gente sabe se alguém teve um encontro real com Cristo e foi transformado em nova criatura? Não é por causa do terno e da gravada nem da Bíblia debaixo do braço; é pela transformação: um novo pensar, um novo sentir e um novo agir. Se a pessoa não mudar a mentalidade, não pode ter seus sentimentos e suas atitudes mudados. Se houver um novo modo de pensar, haverá mudanças de sentimentos. O ódio, a mágoa e a vingança dão lugar ao amor, ao perdão e à bondade. Com a mudança do modo de pensar e de sentir, ocorre a mudança de atitude. Sem isso, não há transformação na vida, porque o evangelho modifica as crenças e os valores do ser humano — isto é o ponto de partida para um crescimento espiritual.

Para que você possa ter um crescimento real, sem anomalias, deve crescer proporcionalmente na graça e no conhecimento (2 Pedro 3.18), usando os meios disponíveis — a oração, a leitura da Palavra, a comunhão com o Corpo de Cristo, a evangelização, as experiências com Deus no dia a dia e a mordomia, o serviço cristão — para aproximar-se de Deus e ser transformado por Ele.

Em Colossenses 3.1-15, vemos algumas etapas do processo de crescimento espiritual. Já no versículo 1, Paulo diz: Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima. Para ressuscitar com Cristo, é necessário morrer para o pecado e para o mundo. Depois, é preciso buscar e pensar nas coisas que são de cima (v.1,2). É assim que é iniciado o processo, pelo que domina a mente. Então, vem as etapas seguintes: fazer morrer os desejos da carne (v. 5) e revestir-se de entranhas de misericórdia, benignidade, humanidade, mansidão, longanimidade (v. 13).
Deus, por intermédio de Seu Espírito, ajuda-nos, mas é a decisão de entregar-se a esse processo é nossa. O cristão precisa despir-se do velho homem e amar com amor genuíno, sacrificial. Ele tem de arrancar defeitos e plantar virtudes divinas no coração. Caso contrário, poderá atrapalhar seu crescimento espiritual. Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis (Romanos 8.13).

Para que não sejamos meninos inconstantes, levados por todo vento de doutrina, Paulo mostrou a importância de alcançar um padrão elevado na vida espiritual, a unidade da fé, o conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, a medida da estatura completa de Cristo (Efésios 4.13). Este é o último estágio de crescimento do cristão; é alcançar imagem gloriosa de Cristo.

João lembrou: Agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos (1 João 3.2). Chegará o dia em que seremos espiritualmente semelhantes a Cristo e viveremos no céu, num lugar onde não haverá mais pecado, erro, dor, doença, morte, na presença de Deus. Então, veremos Jesus como Ele é.

Vale a pena buscar o crescimento espiritual e participar de todo este processo de amadurecimento cristão, mesmo que haja percalços e pressão do diabo. Seja firme, constante e abundante na obra do Senhor. Almeje ser a cada dia um crente melhor. Se cair, saiba que Deus irá levantá-lo, sustentá-lo e elevá-lo a patamares superiores.

Mas lembre-se de que Deus não nos dá algo porque acha que somos mais bonitos ou educados do que outros irmãos. Existem níveis, etapas, que eu e você temos de esforçar-nos para alcançá-los. Vamos, então, crescer para que o nome do Altíssimo seja louvado e engrandecido em nossa vida e por meio dela. É tempo de crescer! Receba esta palavra e que o Senhor o abençoe e o faça prosperar em todas as áreas!


Pr. Silas Malafaia

segunda-feira, 23 de junho de 2008

O Espírito Santo e as missões

Neste artigo pensaremos juntos sobre a relação do Espírto Santo com a obra missionária, a clara ligação entre Sua manifestação em Atos 2 e Atos 13 e a promoção da evangelização aos de perto e aos de longe.

Se olharmos o panorama mundial da Igreja evangélica perceberemos que o crescimento evangélico foi 1.5 % maior que o Islã na ultima década. O Evangelho já alcançou 22.000 povos nestes últimos 2 milênios. Temos a Bíblia traduzida hoje em 2.212 idiomas. As grandes nações que resistiam o Evangelho estão sendo fortemente atingidas pela Palavra, como é o caso da Índia e China, que em breve deverão hospedar a maior Igreja nacional sobre a terra. Um movimento missionário apoiado pela Dawn Ministry plantou mais de 10.000 igrejas-lares no Norte da Índia na última década, em uma das áreas tradicionalmente mais fechadas para a evangelização.

No Brasil menos evangelizado como o sertão nordestino, o norte ribeirinho e indígena, e o sul católico e espírita, vemos grandes mudanças na última década, com nascimento de novas igrejas, crescimento da liderança local e um contínuo despertar pela evangelização.

No Brasil urbano a Igreja cresceu 267% nos últimos 10 anos. Apesar dos diversos problemas relativos ao crescimento e algumas questões de sincretismo que são preocupantes no panorama geral, vemos que o Evangelho tem entrado nos condomínios de luxo de São Paulo e nos vilarejos mais distantes do sertão, colocando a Palavra frente a frente com aquele que jamais a ouvira antes.

Há um forte e crescente processo de evangelização no Brasil. Duas perguntas poderiam surgir perante este quadro: qual a relação entre a expansão do Evangelho e a pessoa do Espírito Santo ? E quais os critérios para uma Igreja, cheia do Espírito, envolver-se com a expansão do Evangelho do Reino?

Em uma macro-visão creio que esta relação poderia ser observada em três áreas distintas, porém, interrelacionadas: a essência da pessoa do Espírito e Sua função na Igreja de Cristo; a essência da pessoa do Espírito e Sua função na conversão dos perdidos; e por fim a clara ligação entre os avivamentos históricos e o avanço missionário.

A essência da pessoa do Espírito e sua função na Igreja de Cristo

Em Lucas 24 Jesus promete enviar-nos um consolador, que é o Espírito Santo, e que viria sobre a Igreja em Atos 2 de forma mais permanente. Ali a Igreja seria revestida de poder. O termo grego utilizado para ‘consolador’ é ‘parakletos’ e literalmente significa ‘estar ao lado’. É um termo composto por duas partículas: a preposição ‘para’ - ao lado de - e ‘kletos’ do verbo ‘kaleo’ que signfica chamar. Portanto vemos aqui a pessoa do Espírito, cumprimento da promessa, habitando a Igreja, estando ao seu lado para o propósito de Deus.

Segundo John Knox a essência da função do Espírito Santo é estar ao lado da Igreja de Cristo, fazê-la possuir a Face de Cristo e espalhar o Nome de Cristo. Nesta percepção, O Espírito Santo trabalha para fazer a Igreja mais parecida com seu Senhor e fazer o nome do Senhor da Igreja conhecido na terra.

A essência da pessoa do Espírito e sua função na conversão dos perdidos

Cremos que é o Espírito Santo quem convence o homem do seu pecado. O homem natural sabe que é pecador porém apenas com a intervenção do Espírito ele passa a se sentir perdido. Há uma clara, e funcional, diferença entre sentir-se pecador e sentir-se perdido. Nem todo homem convicto de seu pecado possui consciência de que está perdido, portanto, necessitado de redenção. Se o Espírito Santo não convencer o homem do pecado e do juizo, nossa exposição da verdade de Cristo não passará de mera apologia humana.

A Igreja plantada mais rapidamente em todo o Novo Testamento foi plantada por Paulo em Tessalônica. Ali o apóstolo pregava a Palavra aos sábados nas sinagogas e durante a semana na praça e o fez durante 3 semanas, nascendo ali uma Igreja.

Em 1º Tess. 1:5 Paulo nos diz que o nosso evangelho não chegou até vos tão somente em palavra (logia, palavra humana) mas sobretudo em poder (dinamis, poder de Deus), no Espírito Santo e em plena convicção (pleroforia, convicção de que lidamos com a verdade). O Espírito Santo é destacado aqui como um dos três elementos que propiciou o plantio da igreja em Tessalônica. Sua função na conversão dos perdidos, em conduzir o homem à convicção de que é pecador e está perdido, sem Deus, em despertar neste homem a sede pelo Evangelho e atraí-lo a Jesus é clara.

Sem a ação do Espírito Santo a evangelização não passaria de apologia humana, de explicações espirituais, de palavras lançadas ao vento, sem público, sem conversões, sem transformação.

A clara ligação entre os avivamentos históricos e os movimentos missionários

Se observarmos os ciclos de avivamentos perceberemos que a proclamação da Palavra torna-se uma consequência natural desta ação do Espírito. Vejamos.

Fruto de um avivamento, a partir de 1730 John Wesley durante 50 anos pregou cerca de 3 sermões por dia, a maior parte ao ar livre, tendo percorrido 175.000 km a cavalo pregando 40.000 sermões ao longo de sua vida. Fruto de um avivamento, em 1727 a Igreja moraviana passa a enviar missionários para todo o mundo conhecido da época, chegando ao longo de 100 anos enviar mais de 3.600 missionários para diversos países.

Fruto de um avivamento, em 1784, após ler a biografia do missionário David Brainard, o estudante Wiliam Carey foi chamado por Deus para alcançar os Indianos. Após uma vida de trabalho conseguiu traduzir a Palavra de Deus para mais de 20 línguas locais e sua influência permanece ainda hoje.

Fruto de um avivamento, em 1806 Adoniram Judson tem uma forte experiência com Deus e se propõe a servir a Cristo, indo depois para a Birmânia, onde é encarcerado e perseguido durante décadas, mas deixa aquele país com 300 igrejas plantadas e mais de 70 pastores. Hoje, Myamar, a antiga Birmânia, possui mais de 2 milhões de cristãos.

Fruto de um avivamento, em 1882 Moody pregou na Universidade de Cambridge e 7 homens se dispuseram ao Senhor para a obra missionária e impactaram o mundo da época. Foram chamados “os 7 de Cambridge”, que incluía Charles Studd (sua biografia publicada no Brasil chama-se “O homem que obedecia”). Foi para a África, percorreu 17 países e pregou a mais de meio milhão de pessoas. Fundou A Missão de Evangelização Mundial (WEC International) que conta hoje com mais de 2.000 missionários no mundo.

Fruto de um avivamento, em 1855 Deus falou ao coração de um jovem franzino e não muito saudável para se dispor ao trabalho transcultural em um país idólatra e selvagem. Vários irmãos de sua igreja tentavam dissuadí-lo dizendo: “para que ir tão longe se aqui na América do Norte há tanto o que fazer ?” Ele preferiu ouvir a Deus e foi. Seu nome é Simonton (1833-1867) que veio ao nosso país e fundou a Igreja Presbiteriana do Brasil.

Fruto de um avivamento, em 1950 no Wheaton College cerca de 500 jovens foram chamados para a obra missionária ao redor do mundo. E obedeceram. Dentre eles estava Jim Elliot que foi morto tentando alcançar a tribo Auca na Amazônia em 1956. A partir de seu martírio houve um grande avanço missionário em todo o mundo indígena, sobretudo no Equador. Outro que ali também se dispos para a obra missionária foi o Dr Russel Shedd que é tremendamente usado por Deus em nosso país até o dia de hoje.

Tendo em mente, nesta macro-estrutura, os três níveis de relação entre o Espírito Santo e as Missões, podemos observar alguns valores bíblicos sobre este tema, revelados em Atos 2, durante o Pentecoste.

O Pentecoste e as Missões

O Espírito Santo é a pessoa central no capítulo 2 de Atos e Lucas é justamente o autor sinóptico que mais fala sobre Ele utilizando expressões como “ungido” pelo Espírito, ou “poder” do Espírito ou ainda “dirigido” pelo Espírito (Lc 3:21; 4:1, 14, 18) demonstrando que na teologia Lucana o Espírito Santo era realmente o ‘Parakletos’ que viria.

O Pentecoste, dentre todas as festas judaicas, era, segundo Julius, o evento mais frequentado e acontecia sob clima de reencontros já que judeus que moravam em terras distantes empreendiam nesta época do ano longas jornadas para ali estar no quinquagésimo dia após a páscoa.

Chegamos ao momento do Pentecoste. Fenômenos estranhos aos de fora e incomuns à Igreja aconteceram neste momento e a Palavra os resume falando sobre um som como “vento impetuoso” (no grego ‘echos’, usado para o estrondo do mar); “línguas como de fogo” que pousavam sobre cada um, “ficaram cheios do Espírito Santo” e começaram a falar “em outras línguas”. Lucas fecha a descrição do cenário com a expressão no verso 4: “segundo o Espírito lhes concedia”.

Outras línguas. O texto no versículo 4 utiliza o termos eterais glossais para afirmar que eles falaram em outras glosse , línguas, expressão usada para línguas humanas, idiomas. Mas, a fim de não deixar dúvidas, no versículo 8, o texto nos diz que cada um ouviu em sua “própria língua” usando aqui o termo dialekto que se refere aos dialetos ali presentes. As línguas faladas, e ouvidas, portanto eram línguas humanas e não línguas angelicais, neste texto em particular, no Pentecoste. Mas onde ocorreu o milagre? Naquele que falou ou nos ouvidos dos que ouviram ? É possivel que tenha sido nos ouvidos dos que ouviram pois a mensagem, pregada, foi compreendida idia dialekto - no próprio dialeto de cada um. O certo, porém, é que Deus atuou sobrenaturalmente a fim de que a mensagem do Cristo vivo fosse compreendida, clara e nitidamente, por todos os ouvintes.

Em meio a este momento atordoante (vento, fogo, som, línguas) o improvável acontece. Aquilo que seria apenas uma festa espiritual interna para 120 pessoas chega até as ruas. O caráter missiológico do evangelho é exposto. O Senhor com certeza já queria demonstrar desde os primeiros minutos da chegada definitiva do Espírito sobre a Igreja que este poder – dinamis de Deus - não havia sido derramado apenas para um culto cristão restrito, a alegria íntima dos salvos ou confirmação da fé dos mártires.

O plano de Deus incluía o mundo de perto e de longe em todas as gerações vindouras e nada melhor do que aquele momento do Pentecoste quando 14 nações, ali presentes e, no meio desta balbúrdia da manifestação de Deus, cada uma – milaculosamente – passou a ouvir o Evangelho em sua própria língua.

Era o Espírito Santo mostrando já na sua chegada para o que viria: conduzir a Igreja a fazer Cristo conhecido na terra. Em um só momento Deus fez cumprir não apenas o “recebereis poder” mas também o “sereis minhas testemunhas”. A Igreja revestida nasceu com uma missão: testemunhar de Jesus.

Daí muitos se convertem e a Igreja passa de 120 crentes para 3.000, e depois 5.000. Não sabemos o resultado daqueles representantes de 14 povos voltando para suas terras com o Evangelho vivo e claro, em sua própria língua, mas podemos imaginar o quanto o Evangelho se espalhou pelo mundo a partir deste episódio. Certamente o primeiro grande movimento de impacto transcultural da Igreja revestida.

No verso 37 lemos que, após o sermão de Pedro, em que anuncia Cristo, “ouvindo eles estas coisas, compugiu-se-lhes o coração” e o termo usado aqui para compungir vem de katanusso, usado para uma “forte ferroada” ou ainda “uma dor profunda que faz a alma chorar”. A Palavra afirma que “naquele dia foram acrescentadas quase três mil almas”. O Espírito Santo usando o cenário do Pentecoste para alcançar homens de perto e de longe.

Podemos retirar daqui algumas conclusões bem claras. Uma delas é que a presença do Espírito Santo leva a mensagem para as ruas, para fora do salão e alcança apenas pelos quais o sangue de Cristo foi derramado. Desta forma é questionável a maturidade espiritual de qualquer comunidade cristã que se contente tão somente em contemplar a presença do Senhor. A presença do Espírito, de forma genuína, incomoda a Igreja a sair de seus templos e bancos. A Não se contentar tão somente com uma experiência cúltica aos domingos. A procurar, com testemunho Santo e uso da Palavra de Deus, fazer Cristo conhecido aos que estão ao seu redor.

Havia naquele lugar, ouvindo a Palavra de Deus através de uma Igreja revestida de Poder pelo Espírito Santo, homens de várias nações distantes, judaizantes, além de judeus de perto, que moravam do outro lado da rua. De terras distantes, o texto, Atos 2: 9 a 11, registra que havia “nós, partos, medos, e elamitas; e os que habitamos a Mesopotâmia, a Judéia e a Capadócia, o Ponto e a Ásia, a Frígia e a Panfília, o Egito e as partes da Líbia próximas a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes-ouvímo-los em nossas línguas, falar das grandezas de Deus”. Uma Igreja revestida da Espírito deve abrir seus olhos também para os que estão longe, além barreiras, além fronteiras, nos lugares improváveis, onde Cristo gostaria que fôssemos.

Que efeitos objetivos na construção do caráter da Igreja produziu a presença marcante e transformadora do Espírito ?

A ação do Espirito Santo não produz uma Igreja enclausurada

Esta Igreja cheia do Espírito Santo passa a crescer onde está e em Atos 8 o Senhor a dispersa por todos os cantos da terra. E diz a Palavra que, “os que eram dispersos iam por toda parte pregando a Palavra”. Vicedon nos ensina que uma Igreja cheia do Espírito é uma igreja missionária, proclamadora do Evangelho, conduzida para as ruas.

A ação do Espírto Santo não produz uma Igreja segmentada

Após a ação do Espírito sobre os 120, depois 3.000, depois 5.000, não houve segmentação, divisão, grupinhos na comunidade. Certamente eles eram diferentes. Alguns preferiam adorar a Deus no templo, outros de casa em casa. Alguns mais formais, judeus e judaizantes, outros bem informais, gentios. Alguns haviam caminhado com Jesus. Outros não o conheceram tão de perto. Mas esta Igreja possuía um só coração e alma, como resultado direto do Espírito Santo. Competições, segmentações, grupinhos, portanto, são uma clara demonstração de carnalidade e necessidade de busca de quebrantamento e entrega a ação do Espírito na vida da Igreja.

A ação do Espírito Santo não produz uma Igreja autocentrada

Certamente uma Igreja que havia experimentado o poder de Deus, de forma tão próxima e visível, seria impactada pelo sobrenatural. Porém, quando a ação sobrenatural é conduzida pelo Espírito Santo a única pessoa que se destaca é Jesus, a única pessoa exaltada é Jesus, a única que aparece com louvores é Jesus. Esta Igreja que experimentou o Espírito no Pentecoste passa, de forma paradoxal, a falar menos de sua própria experiência e mais da pessoa de Cristo. O egocentrismo eclesiástico não é compatível com as marcas do Espírito.

Creio, assim, que nossa herança provinda do Pentecoste precisa nos levar a sermos uma Igreja nas ruas (não enclausurada), uma Igreja Cristocêntrica com amor e tolerância entre os irmãos (não segmentada ou partidária), uma Igreja cuja bandeira é Cristo, não ela mesma (não egocêntrica), e por fim uma Igreja proclamadora, que fala de Cristo perto e longe. Que as marcas do Pentecostes continuem a se manifestar entre nós.

Por: Ronaldo Lidório

Cristã resiste a assinar documento em que negaria Jesus e morre

Autoridades da Eritréia torturaram até a morte uma mulher que se recusou a negar sua fé cristã no último dia 5 de setembro. Este é o quarto caso do gênero em menos de um ano.

Nigsti Haile, 33 anos, foi morta porque se recusou a assinar um documento em que negava sua fé cristã. Presa no campo de treinamento militar de Wia, perto do porto de Massawa, ela era uma dentre dez mulheres que foram detidas em uma igreja em Keren.

O grupo de mulheres que estava com ela permanece preso há 18 meses sob intensa pressão para negar a fé.

De acordo com a Portas Abertas Internacional, Nigsti era da igreja protestante independente Rhema. Ela trabalhava para um parente e estava quase completando o ensino médio.

Desde maio de 2002, as autoridades da Eritréia declaram ilegais todas as igrejas protestantes independentes, e passaram a fechar os seus templos, além de promoverem ações para banir toda e qualquer reunião de oração em casas particulares.

Ore pelos cristãos presos na Eritréia

- Peça ao Senhor para abençoá-los de forma especial, a fim de que perseverem em sua vocação.

- Peça proteção (às mulheres, em especial) contra abusos.

- Ore também pelas famílias, esposas e filhos dos prisioneiros, para que elas sintam o amor e a providência de Deus em todas as circunstâncias, apesar das dificuldades.

- Ore para que as autoridades do país tenham o coração transformado pela graça de Jesus.



Tradução: Tsuli Narimatsu

Fonte: Compass Direct

O cristão podem decorar a cada com enfeites natalinos?


È Pecado comemorar o natal? Colocar árvores dentro de casa, enfeitar a residência com enfeites natalinos? A resposta para esta pergunta pode ser tanto sim, quanto não, é preciso antes, entendermos o verdadeiro significado do natal, antes de responder a estas perguntas.

O verdadeiro significado do natal é comemorar o nascimento de Cristo, ou seja, não é pecado, é algo que o verdadeiro cristão deve comemorar todos os dias. Pois o nascimento e a morte de Cristo trouxeram à humanidade a salvação, ele levou sobre si nossas dores. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (Isaías 53:5)

Vinte cinco de dezembro pode não ser o dia que Jesus Cristo nasceu (como afirmam muitos historiadores), mas, é o dia em que os países cristãos escolheram para comemorar seu nascimento. Não há pecado algum comemorar esta data, o cristão pode sim enfeitar seu lar e prepara-lo para fazer neste dia uma verdadeira festa, um momento especial de união das famílias (projeto de Deus). È preciso tomar cuidado para que em meio a tantos preparativos o homenageado da festa ( Jesus Cristo) não seja esquecido.

Outro cuidado que devemos tomar é não trazer para a festa cristã símbolos pagão tais como o lendário “Papai Noel” que tenta ofuscar a maior importância do Natal que é Jesus Cristo, além de divulgar e trazer em si uma mentira. Devemos ensinar as nossas crianças que “papai Noel” é uma fábula pagã e aproveitar a comemoração para contar a elas a história de Jesus e o plano divino da Salvação.

Enfeitar a casa ou não é uma opção pessoal de cada Cristão. E passa a ser pecado quando se idolatra a data e os objetos natalinos e se esquece de Cristo e seus mandamentos. Portanto, meus amados, fugi da idolatria (I Corintios 10:14). Muitos argumentam que os enfeites e árvores possuem simbologias satânicas. Quanto a isto desconheço a veracidade destas informações. Porém os símbolos só possuem valor quando nos apegamos ao que ele representa. Se você enfeita sua casa com fé para homenagear o Rei dos reis e Senhor dos Senhores, sem dúvida não está pecando.

Medite no trecho bíblico abaixo, e que o Espírito Santo possa falar melhor aos vossos corações, irmãos leitores.

Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado. (Romanos 14:22-23)



Tempo de Avivamento

Pra. Edileusa Feliciano

Usar trajes de banho na praia é lícito?


Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. (I Corintios 10:23). Usar trajes de banho é licito (permitido pelas leis, usos e costumes de nossa sociedade), cada irmão ou irmã deve julgar se isto lhes convém ou não, se traz edificação ou não.

Na Bíblia não há resposta clara para esta pergunta, mas basta ler os demais trechos das sagradas escrituras pra deduzir que esta é uma situação que pode conduzir o ser humano a outros pecados. È preciso vigiar e estar atentos para não cairmos em tentações. Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. (Mateus 26:41)

O uso de biquínis, maiôs, sungas na praia tem despertado muitas polêmicas no meio evangélico. Quem sou eu para dizer se é ou não pecado, para ficar criando regras ou normas. Faço minha as palavras do apóstolo Paulo: Examine-se, pois, o homem a si mesmo, (I Corintios 11:28 a) e então tome a decisão. Quando digo que usar trajes de banho pode levar o ser humano a outros pecados, estou dizendo, por exemplo, a desobediência.

Se seu pastor (local) proíbe ou desaconselha o uso de trajes de banho na praia, se você usar esta desobedecendo a ele, então estará pecando, porque desobedecer ao pastor é pecado. Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; (Hebreus 13:17a). Agora se seu pastor se omite a decisão é apenas do irmão, se ele libera o uso amém.

Se você tem dúvidas, não use, agora se tem fé que não é pecado use. Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado. (Romanos 14:22 e 23) Esta é a recomendação bíblica aos casos polêmicos.

Agora independente de nossa opinião e crença (achar que é pecado ou não) não temoso direito de julgar os que usam trajes de banho na praia. E esta proibição aparece inúmeras vezes na Bíblia na sentença “não julgueis”. Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão. (Romanos 14:13)
Tempo de Avivamento
Pra. Edileusa Feliciano

Por que o espiritismo é uma mentira?




Não somos nós, os evangélicos, que consideramos o espiritismo uma mentira e sim a Bíblia Sagrada, como será comprovado nos próximos parágrafos. É preciso tomar cuidado para não ser seduzido pelas boas ações pregadas pelos adeptos de Allan Kardec, por trás dessa aparência do “bem”, escondem-se grandes heresias.
O espiritismo prega a reencarnação, ou seja, afirma que homem tem várias vidas e mortes. Nasce, morre e reencarna (nasce novamente em outro corpo). A Bíblia Sagrada é clara ao afirmar que o homem só nasce e morre uma única vez. E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo (Hebreus 9:27).

Os espíritas afirmam que cada vida é uma oportunidade que o espírito tem de consertar erros do passado e evoluir moralmente e intelectualmente até atingir a perfeição. Em outras palavras, o espírito evolui até salvar a si mesmo. Esta crença é contrária aos ensinamentos bíblicos. A salvação do corpo, da alma e do Espírito acontece por meio de Jesus.

Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. (Romanos 5: 8-9) A regeneração da humanidade veio através de Cristo. Quem crê na evolução do espírito, nega o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário.

A Bíblia não faz nenhuma referência à reencarnação e sim a ressurreição, que é a volta do espírito ao mesmo corpo, como foi o caso de Lazáro, o filho da viúva de Sarepta, de Dorcas, entre outras. Mas não narra, jamais, a história de um espírito que reencarnou, ou voltou à vida em outro corpo. Assim como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir (Jó 7:9).

Outro dogma do espiritismo desmentido pelas Sagradas Escrituras é a comunicação entre mortos e vivos. Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. (Eclesiastes 9:5-6)

Poderia ainda desmentir, com base bíblica, muitos outros fundamentos do espiritismo. No entanto, o espaço é pequeno para tal. Deixo aos leitores um alerta. Cuidado com livros, filmes e novelas espíritas, eles disseminam mentiras e pode conduzir sua alma a perdição eterna. Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo (Colossenses 2:8).

Pra. Edileusa Feliciano

terça-feira, 10 de junho de 2008

O Último Folheto

Todos os domingos à tarde, depois do culto da manhã na igreja, opastor e seu filho de 11 anos saíam pela cidade e entregavam folhetosevangelísticos.
Numa tarde de domingo, quando chegou à hora do pastor e seu filhosaírem pelas ruas com os folhetos, fazia muito frio lá fora e tambémchovia muito. O menino se agasalhou e disse:
-'Ok, papai, estou pronto. 'E seu pai perguntou:
-'Pronto para quê?'
-'Pai, está na hora de juntarmos os nossos folhetos e sairmos. 'Seu pai respondeu:
-'Filho, está muito frio lá fora e também está chovendo muito. 'O menino olhou para o pai surpreso e perguntou:
-'Mas, pai, as pessoas não vão para o inferno até mesmo em dias dechuva?'Seu pai respondeu:
-'Filho, eu não vou sair nesse frio. 'Triste, o menino perguntou:
-'Pai, eu posso ir? Por favor!'Seu pai hesitou por um momento e depois disse:
-'Filho, você pode ir. Aqui estão os folhetos. Tome cuidado, filho. '
-'Obrigado, pai!'Então ele saiu no meio daquela chuva.
Este menino de onze anos caminhou pelas ruas da cidade de porta em porta entregando folhetos evangelísticos a todos que via. Depois de caminhar por duas horas na chuva, ele estava todo molhado, mas faltava o último folheto. Ele parou na esquina e procurou poralguém para entregar o folheto, mas as ruas estavam totalmente desertas. Então ele se virou em direção à primeira casa que viu ecaminhou pela calçada até a porta e tocou a campainha.
Ele tocou acampainha, mas ninguém respondeu. Ele tocou de novo, mais uma vez, mas ninguém abriu a porta. Ele esperou, mas não houve resposta. Finalmente, este soldadinho de onze anos se virou para ir embora, mas algo o deteve. Mais uma vez, ele se virou para a porta, tocou acampainha e bateu na porta bem forte. Ele esperou, alguma coisa o fazia ficar ali na varanda. Ele tocou de novo e desta vez a porta se abriu bem devagar. De pé na porta estava uma senhora idosa com um olhar muito triste. Ela perguntou gentilmente:
-'O que eu posso fazer por você, meu filho?'Com olhos radiantes e um sorriso que iluminou o mundo dela, estepequeno menino disse:
-'Senhora, me perdoe se eu estou perturbando, mas eu só gostaria dedizer que JESUS A AMA MUITO e eu vim aqui para lhe entregar o meuúltimo folheto que lhe dirá tudo sobre JESUS e seu grande AMOR. 'Então ele entregou o seu último folheto e se virou para ir embora.Ela o chamou e disse:
-'Obrigada, meu filho!!! E que Deus te abençoe!!!'
Bem, na manhã do seguinte domingo na igreja, o Papai Pastor estava nopúlpito. Quando o culto começou ele perguntou:
- 'Alguém tem um testemunho ou algo a dizer?'Lentamente, na última fila da igreja, uma senhora idosa se pôs de pé.Conforme ela começou a falar, um olhar glorioso transparecia em seurosto.
- 'Ninguém me conhece nesta igreja. Eu nunca estive aqui. Vocês sabemantes do domingo passado eu não era cristã. Meu marido faleceu aalgum tempo deixando-me totalmente sozinha neste mundo. No domingopassado, sendo um dia particularmente frio e chuvoso, eu tinhadecidido no meu coração que eu chegaria ao fim da linha, eu não tinhamais esperança ou vontade de viver.Então eu peguei uma corda e uma cadeira e subi as escadas para osótão da minha casa. Eu amarrei a corda numa madeira no telhado, subina cadeira e coloquei a outra ponta da corda em volta do meu pescoço.De pé naquela cadeira, tão só e de coração partido, eu estava a pontode saltar, quando, de repente, pensei:
-'Vou esperar um minuto e quem quer que seja irá embora. 'Eu esperei e esperei, mas a campainha era insistente; depois a pessoaque estava tocando também começou a bater bem forte. Eu pensei:
-'Quem neste mundo pode ser? Ninguém toca a campainha da minha casaou vem me visitar. 'Eu afrouxei a corda do meu pescoço e segui em direção à porta,enquanto a campainha soava cada vez mais alta.Quando eu abri a porta e vi quem era, eu mal pude acreditar, pois naminha varanda estava o menino mais radiante e angelical que já vi emminha vida.
O seu SORRISO, ah, eu nunca poderia descrevê-lo a vocês! As palavras que saíam da sua boca fizeram com que o meu coração que estava morto há muito tempo SALTASSE PARA A VIDA quando ele exclamou com voz de querubim:
-'Senhora, eu só vim aqui para dizer QUE JESUS A AMA MUITO. 'Então ele me entregou este folheto que eu agora tenho em minhas mãos. Conforme aquele anjinho desaparecia no frio e na chuva, eu fechei aporta e atenciosamente li cada palavra deste folheto. Então eu subi para o sótão para pegar a minha corda e a cadeira. Eunão iria precisar mais delas. Vocês vêem - eu agora sou uma FILHAFELIZ DO REI!!! Já que o endereço da sua igreja estava no verso deste folheto, eu vimaqui pessoalmente para dizer OBRIGADO ao anjinho de Deus que nomomento certo livrou a minha alma de uma eternidade no inferno.
'Não havia quem não tivesse lágrimas nos olhos na igreja. E quando gritos de louvor e honra ao REI ecoaram por todo o edifício, o Papai Pastor desceu do púlpito e foi em direção a primeira fila onde o seuanjinho estava sentado. Ele tomou o seu filho nos braços e chorou copiosamente. Provavelmente nenhuma igreja teve um momento tão glorioso como este eprovavelmente este universo nunca viu um pai tão transbordante deamor e honra por causa do seu filho...Exceto um. Este Pai também permitiu que o Seu Filho viesse a um mundo frio e tenebroso. Ele recebeu o Seu Filho de volta com gozo indescritível, todo o céu gritou louvores e honra ao Rei, o Pai assentou o Seu Filho num trono acima de todo principado e potestade elhe deu um nome que é acima de todo nome.

Jesus vem ao teu encontro, Ele o AMA e o quer ao Seu lado, para além da Eternidade.
Sem Jesus a vida não tem sentido, não há porque tomar café, levantar, viver! Mas com Ele há uma vida gloriosa, com todo o AMOR de quem criou o amor!
Ele é real, e está ao seu lado, apenas esperando o momento em que você falará aos Seus ouvidos.
Jesus sabe de tudo que precisas, das dificuldades que tens passado, mas, se não for do teu desejo que Ele interfira na sua vida, Ele não interfirá, porque é um Deus que dá livre arbitrio para seus filhos .
Mas, tendes sede agora, meu irmão, pois a vida com Cristo ecede qualquer entendimento, creia e diga:

"Senhor eu preciso de Ti! Entra na minha vida, muda a minha vida. Só Tu me aceitas como eu sou e não me deixas como estou! Eu te aceito como meu Senhor, meu Salvador, cuida de mim. AMÉM"

Sua vida jamais será a mesma depois do seu contato com o Senhor de todas as coisas.
Procure uma igreja que siga a Palavra de Deus, uma Igreja Evangélica.

Que o Senhor dos Senhores esteja contigo!




domingo, 8 de junho de 2008

O último grande surto de novas traduções da Bíblia

O plano é arrojado demais, difícil demais, dispendioso demais, urgente demais, bonito demais e acertado demais. Puxa! Que plano é esse? É o plano de pelo menos iniciar um programa para a tradução da Bíblia em todas as línguas que ainda não a possuem nos próximos 22 anos, isto é, até o ano 2025.

Elaborado pelos mais competentes lingüistas, antropólogos e missiólogos comprometidos com a ordem de evangelizar o mundo todo, o plano foi lançado em novembro de 2001 pela organização Tradutores da Bíblia Wycliffe Internacional (WBTI, em inglês).

O projeto conta com a adesão de várias organizações missionárias ao redor do mundo que já trabalham com a tradução da Bíblia para línguas nativas, inclusive com a brasileiríssima ALEM (Associação Lingüística Evangélica Missionária), com sede em Brasília. E espera obter o apoio de todas as denominações evangélicas de todos os continentes. Será um esforço realmente global. Além de recursos financeiros, o projeto dependerá de uma grande quantidade de novos missionários lingüistas.

Cartago e Alexandria

O missiólogo Wenceslao Calvo, da PROEL (Promotora Espanhola de Lingüística), tem um argumento muito forte a favor da intensificação do ministério de traduzir a Bíblia. É de ordem histórica. Lembra que, do segundo ao quinto século, a presença cristã no Norte da África era notável. Dali surgiram homens como Tertuliano, Cipriano, Agostinho, Orígenes, Atanásio e Cirilo. Em Alexandria havia uma das maiores escolas teológicas dos primeiros séculos. A partir das invasões árabes, porém, a igreja foi se enfraquecendo até quase morrer por completo. Hoje, todos os países acima do Saara, do oceano Atlântico ao mar Vermelho, exceto o Egito, são 100% muçulmanos. O que se encontra ali são nada mais do que vestígios do cristianismo. Embora o islamismo seja muito forte também no Egito, a situação desse país é bem menos sombria. A razão é que a igreja da antiga Cartago, na atual Tunísia, era de opinião que os convertidos tinham a obrigação de aprender o grego e o latim para se tornarem cristãos. Enquanto isso, a igreja da antiga cidade de Alexandria, no Egito, providenciou a tradução das Escrituras na língua copta, logo no final do segundo século. Na região onde hoje se encontram Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia, sob a influência de Cartago, os cristãos não tinham a Bíblia em sua própria língua, o que não aconteceu no Egito, sob a influência de Alexandria. Além de dificultar em muito a evangelização, a ausência das Escrituras nas línguas nativas facilita a superficialidade religiosa e a penetração do paganismo e de seitas. Outro malefício é que os cristãos são impelidos a buscar símbolos religiosos em demasia (quadros e imagens), o que facilmente deteriora a fé original.

Processo histórico

A Visão 2025, nome oficial do atual esforço em favor da tradução da Bíblia para 3.000 línguas desprovidas da Palavra de Deus, não é um fato isolado. As duas mais notáveis e antigas traduções da Bíblia são as chamadas Septuaginta e Vulgata. A primeira, para o grego, teria sido feita por 70 estudiosos judeus em Alexandria, a pedido do rei Ptolomeu, do Egito. Os cinco primeiros livros da Bíblia foram colocados em circulação em 250 a.C. Talvez tenha sido a mais demorada versão bíblica, pois o trabalho só terminou ao longo dos 200 anos seguintes. A segunda, para o latim, foi feita por Jerônimo (347-420), a pedido do papa Dâmaso, e veio a lume em 404 d.C. Tornou-se a Bíblia oficial da igreja católica a partir do Concílio de Trento (1545-1563).

Entre a Bíblia Latina de Jerônimo (347-420) e a Bíblia Inglesa de João Wycliffe (1330-1384) passaram-se dez séculos. Foi nessa ocasião que surgiu um novo surto de traduções das Sagradas Escrituras. Para Wycliffe, conhecido como a Estrela d’Alva da Reforma, a Palavra de Deus era o único padrão de fé e a única fonte de autoridade. O reformador alemão Martinho Lutero, que nasceu 100 anos depois de Wycliffe, também reconhecia a autoridade da Bíblia e a necessidade de colocá-la nas mãos do povo. Por esta razão, traduziu as Escrituras para o alemão e colocou em circulação perto de 100.000 cópias, um êxito editorial extraordinário para a época. Nesse período, outras línguas européias foram agraciadas com a tradução da Bíblia em vernáculo.

O surto seguinte se deu no início do século 19, junto com o despertamento da consciência missionária a partir de William Carey (1761-1834), que promoveu a tradução das Escrituras para 45 línguas e dialetos da Índia e de outras partes da Ásia, das quais 35 nada tinham até então. Foi nessa ocasião que nasceram as diversas sociedades bíblicas, a começar com a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (1804) e a Sociedade Bíblica Americana (1816). Essas sociedades produziram centenas de traduções das Escrituras e as colocaram em circulação.

Novo surto iniciou 113 anos depois da organização da primeira sociedade bíblica. O instrumento usado por Deus foi o colportor americano William Cameron Townsend (1896-1982), que foi tremendamente impactado na Guatemala, em 1917, com a idade de 21 anos. Ao oferecer uma Bíblia em espanhol a um indígena cakchiquel, este esbravejou: “Se o seu Deus é tão inteligente, por que Ele não fala a minha língua?” Townsend então enxergou e abraçou entusiasticamente o desafio de traduzir as Escrituras para as línguas nativas. Em 1929, 11 anos depois daquele choque, Towsend completou a tradução do Novo Testamento na língua cakchiquel. Mas não parou aí: em 1934 fundou aquilo que é hoje a maior organização missionária protestante de todo o mundo e talvez de todos os tempos: a Wycliffe Bible Translators (Tradutores da Bíblia Wycliffe) e seu irmão gêmeo, o Summer Institute of Linguistics (Instituto Lingüístico de Verão). O nome Wycliffe é uma homenagem a João Wycliffe, já mencionado.

Hoje a Wycliffe tem mais de 5.300 missionários de 60 diferentes nacionalidades que estão envolvidos com a tradução da Bíblia em mais de 70 países. Apesar da complexidade do trabalho, a cada 10 dias esses missionários lingüistas completam a tradução do Novo Testamento para uma língua. Em 1995, eles fizeram a dedicação do 400º Novo Testamento para uma das 800 línguas da Papua-Nova Guiné.

O último surto

Não faz muito tempo o missionário hispânico Moisés Lopes visitou uma igreja da tribo indígena mazahua no norte do México. A igreja estava cheia. Todos falavam a língua nativa e dispunham de um Novo Testamento nessa língua. Não obstante, o pregador falou em espanhol e o líder do louvor, um nativo, dirigiu cânticos em espanhol. Só os avisos, no final do culto, foram dados na língua do povo. Acabada a reunião, Moisés perguntou ao pastor por que apenas os avisos foram em mazahua. Obteve a seguinte resposta: “É para a congregação entender”. Ora, se os crentes entendiam mal o espanhol, por que a leitura da Bíblia, o sermão e os cânticos não foram na língua nativa?

A diferença entre ler a Palavra de Deus na própria língua e ler em outra língua mesmo pouco ou muito conhecida, é explicada pelo pastor Pedro Samua, da tribo tzutujil, da Guatemala: “Uma coisa é molhar o pé na água do lago; outra é pular dentro dele e nadar à vontade. Assim é a leitura da Bíblia na minha língua e em espanhol. Quando leio em espanhol, eu apenas molho meus pés na graça de Deus. Quando leio em tzutujil, eu mergulho na Palavra e sou refrescado por ela.”

Um dos oradores da conferência Amsterdam 2000, Dela Adalevoh, declarou: “Onde não existe Escritura na língua do povo, a igreja não cresce”.

O filósofo alemão Immanuel Kant, que morreu no ano em que foi organizada a Sociedade Bíblica Britânica (1804), escreveu que “a existência da Bíblia como livro para o povo é o maior benefício que a raça humana jamais recebeu. Todo intento de diminuir a sua importância é crime contra a humanidade”.

Por todas essas razões, o último grande surto de novas traduções das Escrituras Sagradas, conhecido pelo nome Visão 2025, é um plano arrojado demais, urgente demais, bonito demais e acertado demais. Merece todo o apoio de toda a igreja sobre a face da terra!

(Fonte principal: Manual del Representante, Wycliffe Américas, 2002.)

Desafio mundial

Diz-se que os 6,1 bilhões de habitantes do planeta falam 6.809 línguas. A Bíblia completa já foi traduzida para 366 línguas (cerca de 5,4% do total acima). O Novo Testamento já foi traduzido para 1.012 línguas (cerca de 15%). Pelo menos um livro da Bíblia já foi traduzido para outras 883 línguas (cerca de 13%). A soma desses três números revela que 2.261 línguas têm pelo menos uma porção das Escrituras traduzida (cerca de 33,6%).

Estima-se que há 3.000 línguas com óbvia necessidade de tradução bíblica (44% das 6.809 línguas faladas hoje). A população que fala uma língua sem nenhum livro da Bíblia traduzido é de aproximadamente 250 milhões de pessoas (pouco mais de 4% dos 6,1 bilhões de habitantes).

A maior parte desses 3.000 grupos étnicos desprovidos da Palavra de Deus está na Ásia, especialmente na Índia, China, Nepal e Bangladesh. São 1.200 línguas. Depois vem a África Ocidental, a metade nos países que foram colonizados pela França e a outra metade na Nigéria. São pelo menos 1.000 línguas. Em terceiro lugar, vêm as ilhas do Pacífico, especialmente em Papua-Nova Guiné e na Indonésia. São 600 línguas. Por último vem o Oriente Médio, cuja religião predominante é o islamismo. São 150 línguas.

Papua-Nova Guiné é um caso muito especial. Embora a língua oficial desse país da Oceania seja o inglês (por causa da colonização britânica), ali se falam mais de 800 línguas. Trata-se de uma nação pequena em área (menor que a Bahia) e em população (1 milhão a menos que a população da cidade do Rio de Janeiro). Não obstante a tremenda confusão lingüística, Papua-Nova Guiné, bem ao norte da Austrália, é um dos países de maior porcentagem de cristãos: 33% de católicos e 65% de protestantes (98% ao todo).

No presente momento, os tradutores da Bíblia estão trabalhando com 1.500 traduções ao redor do globo. Se o ritmo presente for mantido, a tradução da Bíblia para as outras 3.000 línguas estará em processo somente no ano 2150! A Visão 2025 tem por objetivo reduzir esse tempo em pelo menos 125 anos. Assim, até o ano 2025, todas os povos que ainda não têm a Bíblia em sua língua terão pelo menos algumas traduções iniciadas na língua que lhes fala ao coração.

Desafio brasileiro

De acordo com dados da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), no Brasil existem 251 tribos indígenas, das quais 218 são conhecidas e 33 são consideradas isoladas, isto é, ainda não têm contato permanente com a sociedade nacional.

O número de habitantes de cada tribo varia muito: 52 povos (20%) têm menos de 100 pessoas, 115 (46%) têm entre 100 e 1.000 pessoas, e 84 (34%) têm acima de 1.000.

Do ponto de vista missiológico, 34 tribos (14%) têm o Novo Testamento em suas línguas. Para outras 49 tribos (mais de 19,5%) o trabalho apenas começou. Isso quer dizer que para 168 grupos indígenas brasileiros (70%) nada se fez ainda com referência à tradução da Bíblia.

Uma das razões do nosso atraso está ligada a certos mitos que vêm desde o descobrimento. Um deles é a concepção de que os indígenas não são pecadores por andarem nus e em “comunhão” com a natureza.

Embora tenha preparado mais de 500 missionários que hoje estão espalhados no Brasil e no exterior, a ALEM tem apenas 42 tradutores da Bíblia no país, divididos em 12 equipes.

Os estrategistas em missões relacionadas à tradução da Bíblia garantem que, para alcançar o alvo de 2025, só o continente americano vai precisar de 500 novas equipes de missionários tradutores!

Carta de Brasília

Ao histórico Primeiro Fórum Latino-Americano para a Tradução da Bíblia, realizado em Brasília em novembro de 2002, estiveram presentes 70 pessoas provenientes de nove países da América do Sul, quatro da América Central e um da América do Norte. Na ocasião, foi redigido o seguinte documento:

“Nós, representantes de organizações missionárias envolvidas na tradução da Bíblia, e líderes de 14 países latino-americanos, convocados por Wycliffe Américas para o Primeiro Fórum Latino-Americano para a Tradução da Bíblia nas dependências da Associação Lingüística Evangélica Missionária (ALEM), na cidade de Brasília, DF, ante a realidade de que cerca de 3.000 línguas em todo o mundo carecem das Sagradas Escrituras, e compartilhando da visão de alocar uma equipe de tradução em cada um destes grupos até o ano 2025, como grupo de trabalho nos comprometemos a:

— Mobilizar as igrejas latino-americanas para um urgente movimento de oração, ação e envio de missionários;

— Estabelecer alianças estratégicas entre igrejas, organizações missionárias e grupos etnolingüísticos;

— Fortalecer e acompanhar o processo de recrutamento, seleção, capacitação, envio e cuidado integral dos missionários;

— Estabelecer uma aliança latino-americana, orientada para a tradução da Bíblia, e buscar capacitação continuada, estabelecendo programas e prazos que serão avaliados por regiões, para o cumprimento efetivo destas metas. Diante de tamanho desafio, confiando na graça do Senhor e na direção do Espírito Santo, cremos que JUNTOS NÓS PODEMOS!”

Brasília, 21 de novembro de 2002.

David Botelho

sexta-feira, 6 de junho de 2008

As mulheres

As mulheres são importantes para Deus e sempre tiveram papel especial no ministério de Jesus. Enquanto eram desprezadas pela sociedade da época, Jesus dedicou atenção e preocupação a elas.
Lucas dá ênfase especial ao fato de as primeiras pessoas que testificam a ressurreição de Jesus serem todas mulheres. Lucas ainda destaca que as mulheres acompanhavam e sustentavam nosso Senhor em sua missão (8.1-13).
E como são as mulheres de hoje? As mulheres que vemos em nosso dia-a-dia são comuns: professoras, donas de casa, artistas, esposas de pastores, pastoras, missionárias, empresárias, mulheres bem sucedidas. Essas são as mulheres que conhecemos. Mas a grande parte das mulheres de todo o mundo não são essas que conhecemos e tampouco têm essa realidade.

As mulheres representam 49% da população mundial. Juntas, formam 35% da força de trabalho remunerado. Representam também 70% da população dos pobres. Constituem 66% dos iletrados. Mais de 80% dos refugiados de guerras civis são mulheres. São 66% dos iletrados. Lideram 33% dos lares mundiais. Recebem apenas 10% de todo o imposto mundial. Existem milhões de adolescentes a quem tem sido negado o direito de uma infância segura, negada a vida antes mesmo de tê-la começado. Adolescentes a quem foi negada a esperança há muito tempo atrás.

Você conhece essas mulheres?

Cerca de 130 milhões de mulheres em todo o mundo sofrem das cicatrizes de mutilação genital feminina;
58 milhões de meninas não freqüentam escolas;
52 milhões de bebês são abortados anualmente (muitos apenas porque são meninas);
19 milhões de mulheres vivem com AIDS/HIV;
2 milhões de mulheres no mundo vivem com abomináveis rupturas vaginais e anais (fístulas);
2 milhões de mulheres e crianças são vendidas para escravidão ou prostituição a cada ano;
½ milhão de mulheres morrem a cada ano de causas relacionadas à gravidez.

Você não precisa conhecer essas mulheres. Você precisa conhecer a realidade delas. Precisamos orar e enviar missionárias que alcancem essas mulheres com o amor libertador de Jesus. Elas precisam urgentemente serem alcançadas. E para isso, nós necessitamos de um grande poder - o poder de Deus - o qual será enviado pelas nossas orações. Orações fervorosas e ardorosas podem mudar este padrão, estruturas sociais, governos e corações mais perversos.Somente através do amor e poder de Deus que flui de cada uma de nós é que poderemos levar a mensagem de salvação e esperança a estas jovens. Resgatar suas almas de uma vida de inferno, não somente aqui, mas também por toda eternidade. Podemos orar para que essa realidade assustadora e que, pela graça e misericórdia de Cristo não vivemos, acabe. Para que o toque curador e restaurador de Jesus alcance, através de nossas missionárias estas jovens e adolescentes. Orar para que Deus lhes restitua uma vida de dignidade e liberdade em Cristo nosso Senhor.Você nos ajudará a trazê-las de volta?

Ore e contribua com nossas missionárias:

Rosane Dginkel e Simone Azevedo – Moçambique
Eva Maria da Silva – Paraguai
Francis Franco – Norte da África
Silvana Morais – Angola
Maria Aparecida Lopes (Branca) – Timor Leste
Fátima Almeida Leitão – Uganda
Silvia Mohr – Ásia Oriental
Carine Muller – Ásia Central
Tatiane Miranda – Guiana Francesa
Irene Brocardo – Amazônia
Rosi Moraes – Espanha
Maria Oliveira - Bolívia
(dados estatísticos do Monday Morning Reality Check, 1998)


SGM

Seu chamado

O grande desafio da vida cristã é continuar a missão deixada por Jesus.
E esta é a incumbência da Igreja.

Um desafio que se apresenta a todos, em toda parte, que buscam com fidelidade expandir o Reino de Deus. O chamado do Senhor é muito mais do que um “Ei, psiu, venha aqui!”. Qualquer convocação, antes de tudo, é um chamado à renúncia, a doar-se, a comprometer-se com a verdade. É amar a Deus acima de todas as coisas. É entender que o amor é a avenida principal que o Senhor usa para transformar vidas.

A parábola do Bom Samaritano será o espelho para avaliarmos e, quem sabe, redescobrirmos nosso chamado e prática missionária. Podemos ver esse ensinamento de Jesus como sendo uma coleção de atitudes, onde vários personagens agiram de maneiras diferentes, diante da mesma situação.

Em Lucas 10. 25-37, observe o que o homem ferido representou para cada um deles.Para o especialista na lei, o homem ferido era um tema para discussão. (v.25) É bem claro no texto que, entre o perito da lei e o ferido, não havia nenhuma ligação, nenhum interesse, aliás, o interesse do perito era ele mesmo. Ele coloca Jesus à prova. Quer fazê-lo tropeçar. Não existe compadecimento, dor, nem sequer esperança de algo em favor do homem caído. Suas palavras contradizem suas ações. Sua oratória não é sua prática. Sua pergunta é de alguém que realmente está interessado no Reino. Ele conhecia o caminho, sabia o que fazer (v.27). O que vemos é que, entre aquilo que falamos e praticamos, pode haver um grande espaço. Às vezes, nos encontramos da mesma forma. Sabemos, entendemos e nos interessamos pela obra missionária. Tantos congressos, seminários, treinamentos, pregações. Temos conhecimento, mas, mesmo diante de tanta informação, a ausência da prática predomina. Jesus o incentivou (v.27). Muito bem! Você sabe, você conhece. Faça isso e viverá. Faça, coloque em prática e viverá. Tiago fala para não sermos apenas ouvintes, mas praticantes da Palavra. Se a obra e o chamado missionário forem vistos da mesma perspectiva do perito na lei, serão apenas temas para discussão e haverá milhares de feridos caídos nas estradas da vida a procura de respostas e de alguém que se compadeça a ajudá-las.

Para os salteadores, o homem ferido era alguém para ser usado e explorado. (v.30) A distância entre Jerusalém e Jericó era de 27 quilômetros. Era uma grande descida, porque Jerusalém estava situada a mil metros acima de Jericó. Era também uma estrada muito perigosa e famosa por sua violência. Nos dias de Jerônimo, ficou conhecida como caminho sanguinário. O texto diz que os ladrões o exploraram, deixando-o quase morto. Pensemos um pouco sobre a perspectiva dos ladrões. Eles refletiram no valor do roubo e não no valor da vida. Priorizaram as posses, os bens. A existência ficou em segundo plano. Valores invertidos e valores referentes à vida. Para eles, o homem oferecia algo que lhes acrescentaria. Suas intenções eram extrair algo, adquirir alguma coisa, de tal forma que o deixam semimorto.

Da mesma forma, missões não pode ser uma fonte de extração. O chamado missionário é uma atitude de entrega, onde você investe sua própria vida. Jesus disse que aquele que quiser ganhar sua vida perdê-la-á, mas aquele que a perder por amor a Cristo, este vai achá-la. O “perder a vida” por amor a Cristo é o maior investimento que um cristão pode fazer. É na morte de nossa própria vontade e direitos que encontramos sentido para viver. Poderíamos dizer que, para Deus, é perdendo que se ganha.

Para os salteadores, o homem foi uma oportunidade de aumentarem suas posses, seus bens, seus status quo. Para o bom samaritano, o ferido foi uma oportunidade para aumentar seu amor, sua fé e devoção. Investiu seu tempo, dinheiro, seus próprios bens e ainda comprometeu-se em cuidar dele.

Para os religiosos, o homem ferido era um problema a ser evitado. (v.31-32)No mesmo caminho, vinham o sacerdote e o levita. Estavam no templo, cuidando das coisas de Deus. Quando percebem o ferido, passam para o outro lado. Evitam até mesmo a proximidade. Cuidavam das coisas de Deus, mas parece que a religião que seguiam desconsiderava o amor ao próximo. A prática dos religiosos consistia dentro de quatro paredes do templo. Não podemos nos esquecer que a palavra igreja, em grego Ekklesia, significa “chamados para fora”. Logo, ser Igreja é ser chamado para fora.

Lembremos que Jesus disse que somos o sal da terra e a luz do mundo. Se nossa prática missionária não atravessar as paredes de um templo, o efeito que causaremos será quase imperceptível. Seria como acender mais uma lâmpada em Las Vegas, ou então jogar uma colher de sal no mar. Que diferença poderiam fazer? Que resultados podemos esperar? Max Lucado fala que, se agirmos assim, seremos semelhantes a um médico que coloca uma placa dizendo que não atende doentes, um dentista que não atende ninguém com dentes cariados, um veterinário que não trabalha com animais. Seria incoerência com os títulos que carregam. Se somos a Igreja do Senhor, somos então chamados para fora, este é nosso papel.

Para o samaritano, o homem ferido era um ser humano digno de cuidado e amor. (v.33-36)Foi um tapa na cara para o intérprete da lei ouvir que sua religiosidade não servia para nada e que quem ajudou o ferido foi um samaritano, pois, este tinha práticas religiosas muito diferentes dos judeus. Sua atitude é um modelo a ser seguido, revela amor e comprometimento. Ser cristão implica em amor ao próximo. João escreveu que mentimos, se dizemos que amamos a Deus - a quem não vemos - e não amamos ao nosso irmão que enxergamos. O amor e o comprometimento são características daquele que encarna seu chamado e não estão direcionados somente para aquele que vai, mas o mesmo peso é colocado sobre aquele que envia, que investe e ora.

Jesus nos deixou a ordem de ir, então, não podemos esperar que os feridos venham até nós, mas vamos até eles, procedendo conforme a atitude do bom samaritano. Finalizo esse estudo com uma frase que ouvi nos quatros anos de seminário, a qual define nosso chamado missionário:

“Ministério não é um degrau que se sobe nem um chamado a mandar, mas, um degrau que se desce e um chamado a servir.”


Djonisio de Castilho

SGM

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Salvar os Perdidos e Socorrer os Santos

Dezenove séculos depois de Paulo, a igreja ainda não conseguiu cumprir a ordem do Senhor. Creio que esta demora passa pela atitude que nós, os embaixadores celestiais, temos adotado em relação ao mundo que devemos alcançar (2Co 5.20). Os sacerdotes do reino de Deus (1Pe 2.9; Hb 5.1,2) não conseguem ter pelos ignorantes a mesma compaixão que teve Jesus, nosso Sacerdote Eterno: "Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor" (Mt 9.36). "...Ele, porém, lhes disse: É necessário que Eu anuncie o Evangelho do Reino de Deus também às outras cidades, pois para isso é que fui enviado" (Lc 4.42,43; 8.1; Mc1.38).
A maior parte da igreja no Ocidente é absolutamente indiferente à situação de, pelo menos, metade da população do mundo que não tem chance de ouvir o Evangelho do Reino de Deus e se quer sabe quem é Jesus, o Filho de Deus, o Amado de nossa alma, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, Emanuel – o Deus que veio estar conosco!

Estamos satisfeitos com a nossa salvação e não conseguimos ter compaixão dessa gente. A ocupação com a obra em nossa cidade e país não nos permite parar e pensar neste assunto incômodo. Se não pensamos, então, não nos informamos, não oramos, não nos movemos, nem nos comprometemos.

Um dos motivos pelos quais somos indiferentes e não nos movemos é que, mesmo depois de décadas e até séculos da igreja estabelecida em uma região, ainda não podemos dizer como Paulo disse, depois de 20 anos de trabalho: “... não tendo já campo de atividade nestas regiões...” (Rm. 15.23). Os anos passam e o avanço da igreja é quase insignificante. Nos últimos 10 anos, quantos alcançamos na nossa família, trabalho, bairro ou cidade? Não temos ímpeto suficiente para alcançar nossa região. Isso só acontecerá quando pudermos, como Paulo, dizer:“...ai de mim se não pregar o Evangelho... Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos,a fim de ganhar o maior número possível... Fiz-me de tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns” (1Co 9.16-23).

Creio que precisamos de arrependimento. Sinto muita vergonha porque não consigo ter compaixão pelos perdidos que estão ao meu redor. Tenho orado para que Deus não me abandone, para que me conceda arrependimento, para que o Seu amor ao mundo encha meu coração também (Jo 3.16). Esta oração tornou-se minha última esperança, para que eu não me torne um insensível egoísta. Quero alegrar ao meu Amado Senhor! (Is 53.11).

Há, ainda, muito lugar na casa de Deus! Sua festa foi preparada para muito mais gente! É preciso sair pelos valados e trazer à força, os que não sabem das Bodas do Cordeiro (Lc.14.15-24).

“Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem maus tratos, como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fosseis os maltratados. Lembrai-vos, porém dos dias anteriores em que, depois de iluminados,sustentastes grande luta e sofrimento: ora expostos como em espetáculo, tanto de opróbrio, quanto de tribulação;ora tornando-vos co-participantes com aqueles que desse modo foram tratados. Porque não somente vos compadecestes dos encarcerados, como aceitastes com alegria o espólio dos vossos bens, tendo ciência de possuirdes vós mesmos patrimônio superior e durável”. (Hb.13.3; 10.32-34).

É certo que o apóstolo não está se referindo aos criminosos, mas aos santos prisioneiros. Santos estes que foram maltratados, porque tentaram fazer o que hoje fazemos sem nenhuma oposição: pregar o evangelho e se reunir como igreja, para ter comunhão e se edificar mutuamente.

É impressionante a insistência do Senhor Jesus e dos apóstolos em falar de perseguição. Como a Palavra de Deus é para todos os tempos, e não só para o primeiro século, só há uma explicação: “...estamos designados para isto” (1Ts 3.3). “Porquanto para isto mesmo fostes chamados...” (1Pe 2.20,21).

Quase nenhum de nós sabe mas, durante o século XX, mais cristãos foram mortos por causa da sua fé do que durante todos os outros dezenove séculos juntos.
Todos sabem dos seis milhões de judeus mortos pelo nazismo de Hitler mas, quantos sabem dos milhões de cristãos zombados, humilhados de modo degradante e mortos durante o domínio comunista na União Soviética? Foram 70 anos de feroz perseguição aos nossos irmãos, desde a Revolução Bolchevista em 1917, que marcou o início do comunismo com Lênin, até a queda do muro de Berlin em 1989, que marcou o fim da União Soviética e seu comunismo anti-Deus. Livros como: “Cristo em Cadeias Comunistas”, “Torturados por Amor a Cristo”, “Quando vem a Perseguição” e outros trazem relatos dramáticos deste tempo de terror. A Rússia e todo o Leste Europeu era de tradição cristã milenar. O movimento dos Morávios, que enviou missionários por todo o mundo, aconteceu nos países da Europa Oriental. O comunismo é um sistema ateu baseado no ódio. Seria impossível implantar o comunismo sem eliminar o cristianismo. Estima-se que, só Stálin, assassinou dezessete milhões de pessoas. Quantos eram nossos irmãos em Cristo? E os demais dirigentes soviéticos, nestes 70 anos, quantos cristãos mataram? E na China, Cuba, África e onde quer que tenha chegado o comunismo?

E no mundo islâmico, ainda hoje? E o catolicismo mexicano? E nas guerrilhas do Peru e Colômbia? Calcula-se que só no Peru 700 pastores tenham sido assassinados, desde o surgimento do movimento guerrilheiro “Sendero Luminoso”, no final da década de 70, até início da década de 90. Quantos, ainda, sofrerão e morrerão por causa do testemunho que têm que sustentar (Ap 12.11)?
“...Vi debaixo do altar as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, Santo e Verdadeiro, não julgas nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram” (Ap 6.9-11).

É certo que este número não se completou, ainda.

Se aqueles que entenderam o Propósito Eterno de Deus – uma só família (Gl 6.10), que entenderam que a igreja de Deus é um único pão (1Co 10.17), um só corpo, o Corpo de Cristo (Rm 12.4,5; 1Co 12.25,26), se estes não se incomodarem com estas coisas, quem o fará? Hoje, nos esforçamos para que a igreja saiba, se incomode, se comprometa e se mova. Mova-se para resgatar os que nunca ouviram do Senhor Jesus, do Seu amor e da Sua autoridade. E se mova, também, para consolar os santos que sofrem e morrem por amor de Jesus. Consolar e socorrer as viúvas e órfãos dos mártires do século XXI.

Sejamos as mãos do Senhor Jesus, a lavar os pés destes servos que vivem “onde a fé tem o seu preço mais alto”.

“Então darei lábios puros aos povos, para que todos invoquem o nome do Senhor, e o sirvam de comum acordo.” (Sf. 3.9).

“E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Jl 2.32).


Fonte: Fazendo Discípulos
http://www.efatah.com